O Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed-BA) elevou o tom das críticas à gestão da saúde em diversos municípios baianos, incluindo a capital, e considera a possibilidade de uma paralisação caso não haja avanços significativos nas negociações sobre pagamentos pendentes e a melhoria das condições de trabalho. A entidade sindical realizou uma assembleia geral na noite de quinta-feira (15), cujas deliberações foram comunicadas à imprensa nesta sexta-feira (16), indicando um crescente estado de insatisfação da categoria.
Segundo o Sindimed-BA, médicos que atuam em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e em alguns hospitais municipais conveniados estariam enfrentando atrasos recorrentes nos salários e repasses de honorários, além de conviverem com a falta de insumos básicos, sobrecarga de trabalho devido à defasagem no número de profissionais e infraestrutura precária em muitas unidades. “Chegamos a um ponto insustentável. Os médicos estão exaustos, desmotivados e, em muitos casos, utilizando recursos próprios para garantir o mínimo de atendimento à população”, declarou a presidente do sindicato, Dra. Ana Rita de Luna.
O sindicato informou que já notificou as secretarias municipais de saúde envolvidas e o Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre a situação, e aguarda um posicionamento urgente. Caso não haja uma proposta concreta para a regularização dos pagamentos e um cronograma para a solução dos problemas estruturais em um curto prazo, uma nova assembleia será convocada para deliberar sobre a possível paralisação das atividades, excetuando-se os serviços de urgência e emergência. A Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, por meio de nota, informou que está ciente das reivindicações, que os pagamentos estão sendo encaminhados para regularização e que mantém um diálogo aberto com o sindicato para buscar soluções conjuntas.